Em nome da economia, governos precarizam área da Educação
- Leandro Barbosa
- 30 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Medidas de economia não são adotadas quando se trata da contratação de cargos em comissão (cc’s)

Será votado na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (30) o Projeto de Lei Complementar 05/2019 de autoria do prefeito Ivo de Lima Ferreira (PSDB) que prevê a suspensão de contratos temporários e emergenciais durante o recesso escolar.
Segundo o Executivo, a medida atende o Princípio Constitucional da Economicidade, já que manter contratos temporários durante o recesso escolar seria dispendioso ao município. Na prática, o profissional que tiver contrato temporário será dispensado durante as férias de verão e de inverno.
Entretanto, o Executivo não informou qual será a economia que a medida irá gerar. Ou seja, haverá economia, mas não se sabe quanto. Outro fato curioso é que Princípio Constitucional da Economicidade apenas é evocado quando se trata da área da Educação. Ora, quem é da área sabe bem o quanto precisamos investir para nos qualificar e o quanto o trabalho é desgastante - a profissão “professor” é sempre citada como uma das mais estressantes do mundo!
No entanto, o Princípio da Economicidade não é evocado, por exemplo, quando se trata da contratação de cargos em comissão (cc´s) que chegaram a 124 no mês de agosto.
Essa prática de suspender contratos abre um precedente perigoso. Abrindo a possibilidade de suspender contratos na Educação, amanhã poderemos estar suspendendo o de outros profissionais, levando a uma precarização dos serviços públicos já tão desvalorizado (quem não recebe não pode pagar contas, tampouco buscar qualificação).
Vale lembrar que essa medida que precariza o trabalho dos educadores e que tem reflexos diretos na qualidade do ensino dos estudantes, é praticada também no Estado pelo mesmo partido que governa a prefeitura de Camaquã: PSDB e seus aliados.
As eleições estão se aproximando. Precisamos prestar atenção nas prioridades de cada um. Economizar é preciso, mas é preciso fazer escolhas inteligentes, sem prejudicar áreas fundamentais, como saúde e educação.
Foto: Divulgação
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