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Telescópio Espacial James Webb será lançado neste sábado

Este Natal pode entrar para a história como o início de uma era de descobertas inusitadas sobre o Universo. Esta é a expectativa de cientistas do mundo todo com a previsão de lançamento do Telescópio Espacial James Webb, na manhã deste sábado (25), da base de Korou, na Guiana Francesa.


Considerado um supertelescópio, com tecnologia avançada e espelhos capazes de captar a radiação infravermelha, ele tem como objetivo entender o surgimento das primeiras galáxias e estruturas, como os misteriosos buracos negros.


É a missão mais avançada desde o Telescópio Espacial Hubble, enviado ao espaço há mais de 30 anos, e que está prestes a descobrir novos mundos, estrelas e sistemas solares.


Esta é a aposta do astrônomo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, José Dias do Nascimento. “O James Webb, que é o mais complexo telescópio espacial já construído e 100 vezes mais poderoso do que o Telescópio Espacial Hubble, contribuirá muito com o estudo da atmosfera dos exoplanetas no infravermelho. Isto abrirá uma nova janela para observar exoplanetas em comprimentos de onda que nunca foram vistos antes. Uma vez que moléculas da atmosfera dos exoplanetas têm o maior número de características espectrais neste comprimento de onda, isto nos ajudará na obtenção de novos insights sobre natureza destes mundos”, diz.


O Telescópio James Webb é considerado uma ''lupa'' capaz de olhar para o ''passado'' do Universo, como propõe a missão em parceria das agências espaciais a americana Nasa, a europeia ESA e a do Canadá – CSA, e ampliar o entendimento sobre a formação de planetas diversos.


Novas Terras

Em paralelo a esta tecnologia que será lançada ao espaço neste sábado, outras técnicas têm sido empregadas em busca de exoplanetas, aqueles localizados fora do nosso sistema solar.

É o caso das Microlentes Gravitacionais, técnica de observação que levou um grupo de astrônomos a localizar uma ''Nova Terra''. O planeta batizado de KMT-2020-BLG-0414Lb tem a mesma massa do nosso planeta, embora tenha temperaturas significativamente mais baixas, devido à distância da estrela que orbita - uma vez e meia a distância Terra-Sol.


O estudo foi publicado recentemente na revista Research in Astronomy and Astrophysics.

José Dias, que é um dos pesquisadores envolvidos na descoberta, diz que este é um planeta raro, com características que podem propiciar uma ''atmosfera fria o suficiente para compostos voláteis como água, amônia, metano, dióxido de carbono e monóxido de carbono condensado em grãos de gelo sólidos. Este é um passo fundamental na formação da sopa cósmica onde a vida foi cozinhada”, explica.


Embora as similaridades com a Terra chamem a atenção, o pesquisador destaca que a descoberta é ''uma peça no quebra-cabeça antrópico, onde nossas observações do Universo são condicionadas pela própria exigência de formação, manutenção e existência da vida senciente. Nosso planeta possui uma cobertura oceânica maior que 70% e isto parece parte de um critério importante na seleção natural antrópica”, diz.


Além do KMT-2020, também foi localizada neste sistema uma anã marrom, objeto muito grande para ser considerado um planeta (tem 17 vezes a massa de Júpiter), mas ainda pequeno para se enquadrar como estrela.


A descoberta – com participação de pesquisadores coreanos – foi feita partir de observatórios localizados nos Estados Unidos, Brasil (Observatório Pico dos Dias/ MG), Austrália e África do Sul e em decorrência da pandemia as análises de dados também foram feitas de forma remota.


Microlentes Gravitacionais

A técnica de Microlentes Gravitacionais monitora mudanças no brilho de estrelas distantes, especialmente quando estão alinhadas.


Segundo a pesquisa divulgada pela UFRN, a explicação é que 'esse alinhamento faz com que a luz da fonte sofra um desvio do seu caminho original. “Esse desvio da luz gera um aumento do brilho da estrela do fundo e, se as duas estrelas possuem movimentos relativos, uma curva de luz característica é produzida. Se a estrela lente possui um planeta, os pesquisadores podem inferir a sua presença através da análise cuidadosa dessa curva de luz e determinar as frações de massa do sistema, assim como o semi-eixo maior aparente (a distância do planeta até a estrela).''


Fonte: Agência Brasil

Medidas adotadas de forma descoordenada e isolada não tiveram o resultado esperado e algumas até tiveram o efeito oposto, destaca o coordenador do estudo

Um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que o Brasil precisa adotar imediatamente medidas de gestão e governança mais efetivas no enfrentamento do novo coronavírus. Elaborado pela equipe do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde, o relatório técnico analisou decretos que determinaram isolamento social e outras medidas adotadas pelos estados brasileiros durante um mês. O objetivo é oferecer elementos para fortalecer as capacidades de preparação, prontidão e resposta do SUS.


O coordenador do estudo, o pesquisador Carlos Machado de Freitas, afirma que o país demorou a adotar uma resposta à situação. Freitas avalia que, no final de fevereiro, já se sabia das experiências de países com o vírus, situações dramáticas como as da Itália e Espanha, mas, como o relatório mostra, os primeiros decretos estaduais de resposta só começam a ser publicados a partir do dia 13 de março.

Dentre as conclusões do estudo, uma das principais é que a adoção de ações coordenadas são urgentes. O pesquisador destaca que não há um consenso nacional sobre as medidas, o que vem comprometendo as respostas à pandemia.

Carlos Machado de Freitas aponta ainda que algumas medidas adotadas de forma descoordenada e isolada não tiveram o resultado esperado e algumas até tiveram o efeito oposto.

O coordenador do estudo, Carlos Machado Freitas, conclui que o país não tem mais opção senão a de fazer essa gestão mais coordenada e solidária com a participação das autoridades dos diversos níveis, para não prolongar o sofrimento da população e o impacto da crise.


Fonte: EBC Foto: Divulgação

Nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes o percentual atingido pela doença era de 15,1% nas cidades, em 17 de abril, e 66%, em 17 de maio

Depois de atingir principalmente as regiões metropolitanas, a covid-19 avança por todo o interior do país. Segundo o MonitoraCovid-19, levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o percentual de cidades pequenas, com até 10 mil habitantes, com casos confirmados de coronavírus era de 5,7%, em 17 de abril, e passou a 33,8% no dia 17 de maio, segundo o tamanho da população do país. Um aumento de 28,1 pontos percentuais em um mês.


Ainda segundo os dados divulgados, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes o percentual atingido pela doença era de 15,1% nas cidades, em 17 de abril, e 66%, em 17 de maio. Na faixa de 20 a 50 mil habitantes era de 34,4%, no mesmo período do mês passado, e 85,8%, neste mês. Um aumento médio de 51 pontos percentuais nos dois casos.


De acordo com o Ministério da Saúde, até o dia 17 de maio, o país chegou à 241.080 casos confirmados de covid-19 e 16.118 vítimas fatais da doença.


O pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Alexandre Pessoa, avalia que disseminação acelerada do coronavírus para o interior do Brasil é uma consequência do “baixo isolamento social das grandes cidades” e alerta para os impactos deste cenário para as populações destas regiões.


“O Brasil tem desde 2011 uma Política Nacional Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, que, infelizmente, não teve uma grande efetividade. Porque se assim tivesse, nós teríamos um Sistema Único de Saúde muito mais fortalecido nas áreas rurais, nos pequenos municípios para o enfrentamento do coronavírus”, aponta.

População mais vulnerável 

Segundo Pessoa, as populações do campo, da floresta e das águas compreendem uma grande diversidade de povos e comunidades, que serão mais afetados pelo avanço da doença para o interior: são os indígenas, os extrativistas, os pequenos agricultores familiares, camponeses. São as populações das águas, os pescadores artesanais, os coletores, os marisqueiros.

Ele evidencia que a realidade anterior à pandemia dessas populações as coloca em uma situação de ainda maior de vulnerabilidade diante da covid-19 tais como as invasões dos territórios nas comunidades indígenas, a poluição do petróleo nas áreas litorâneas que ainda afetam a população das águas e o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em que se encontra boa parte da diversa população camponesa brasileira.


Outro fator de indefensibilidade ao coronavírus que estas regiões estão sujeitas, de acordo com o pesquisador, é o saneamento domiciliar, que afeta um contingente populacional estimado em cerca de 4 milhões de pessoas, segundo dados de 2017.


“Um elemento da perspectiva do direito à água e ao saneamento importante é que a Pesquisa Nacional de Domicilio Contínua em 2019 revelou é que ainda temos um 1,6 milhões de domicilios sem banheiro, sem sanitário. Então quando a gente fala de barreira sanitária para covid, a questão da limpeza das mãos é estratégica ”, explica Pessoa.


Para ele a saída para reverter este cenário passa pela garantia de EPIs para os agentes de saúde e de combate a endemias, que atuam com estas populações, assim como máscaras para as pessoas do campo, das águas e das florestas, e redes regionais de atendimento à saúde. 

“Em termos do Sistema Único de Saúde são fundamentais as redes regionalizadas de atenção à saúde, que possam estar integrados municípios e estados, porque o coronavírus não respeita das barreiras jurídicas, de estado. É fundamental essa ação integrada. E a organização comunitária das comunidades rurais é fundamental nessa mobilização social para o enfrentamento do coronavírus”, ressalta Pessoa.


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leandro.neutzlingbarbosa@gmail

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