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O fato está relacionado com a estiagem que o Rio Grande do Sul vem enfrentando desde a primavera passada

O número de queimadas no Rio Grande do Sul saltou de 268 focos em 2021 para 384 focos em 2022, um crescimento de 43%, de acordo com o satélite de referência do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).


Esse fato está ligado com a estiagem que o Sul do País, mas sobretudo a estiagem que o Rio Grande do Sul vem enfrentando desde a primavera passada. Observa-se que durante o verão choveu cerca de 200 a 300 mm abaixo do que normalmente chove em áreas da Fronteira Oeste, Centro e Nordeste gaúcho. Esse verão foi marcado por recordes de calor, como o caso de Uruguaiana, com seus 42,9 °C em fevereiro deste ano.

A falta de chuva deixa o solo mais seco e propício ao surgimento de focos de incêndio. No Estado, a falta de chuva está diretamente ligada ao fenômeno La Niña, com seu ápice no verão, mas persistindo desde a primavera.


Outro dado interessante sobre as queimadas é o aumento no número de focos sobre nossos vizinhos, com destaque para a Argentina, que teve um aumento no número de queimadas em 368% se comparado com 2021. Esse é o maior número de focos de queimadas já observados no País desde o começo do monitoramento, em 2016. Neste ano de 2022, entre 1 de janeiro e 19 de abril, foram 12.406 focos no país, contra 2.648 em 2021.


A relação é a mesma, a falta de chuva que castigou o Sul brasileiro também secou a Argentina, Paraguai e Uruguai. A La Niña está relacionada com a diminuição das chuvas nestas áreas e consequentemente, solo com baixa capacidade hídrica e mais propício para o surgimento de novos focos.


Brasil

O índice de queimadas também aumentou no País entre 1 de janeiro até a última terça-feira, 19 de abril. O Brasil já soma 6.554 focos de queimadas segundo o satélite de referência do Inpe. Este valor está 22% abaixo se comparado com ao mesmo período no ano passado, quando já haviam 8.438 focos.


Dos dados atuais, 35,4% dos focos encontram-se no bioma do Pantanal, enquanto 34,1% estão no Cerrado. Em terceiro lugar, o bioma mais afetado é a Mata Atlântica, com 17,2%. Dentre os Estados, Mato Grosso lidera em número de queimadas com 1.619 focos, ou seja, 24% do total nacional.


A cidade com maior número de focos de queimada até o momento é Corumbá (MS), com mais de 110 focos.


Fonte: OSul

Foto: Reprodução


Foram perdidos 941 km² de floresta, uma alta de 64% em relação ao ano passado

Os alertas de desmatamento na região amazônica chegaram a 312 quilômetros quadrados entre os dias 1º e 31 de março, uma redução de 15% em relação ao mesmo mês do ano passado. Se considerado o desmatamento total registrado no primeiro trimestre deste ano, porém, são 941 km² de devastação entre janeiro e março, recorde na série histórica iniciada em 2016, com aumento de 64% em relação ao mesmo período do ano passado.


Os dados divulgados nesta sexta-feira (8) são do sistema de alertas Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Esses dados são a principal referência do País para medir os índices de desmatamento no Brasil.

“O retrocesso na gestão ambiental foi um objetivo claro nos últimos anos, e os resultados são evidentes nos alertas de desmatamento do primeiro trimestre de 2022 e nos recordes de desmatamento em anos anteriores”, diz a porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti.


Segundo análise do Greenpeace Brasil, só em terras indígenas, a área com alertas de desmatamento registrados no primeiro trimestre de 2022 somavam 749 hectares até o dia 25 de março, aumento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado (considerando março fechado) em 2021, que registrou 493 hectares.


Na quinta-feira (7), o governo brasileiro apresentou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ao Acordo de Paris, para redução de emissões de gases que causam o efeito estufa. O acordo é um pacto assinado por quase 200 países em 2015, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC até o fim do século.


Na avaliação de Natalie Unterstell e Nathália Martins, da organização Política por Inteiro, a meta brasileira retrocede em relação ao compromisso submetido pelo País em 2016, com aumento em 314 milhões de toneladas de CO2 no nível de emissões permitido em 2025 em relação à meta assumida naquele ano.


As especialistas apontam ainda aumento de em 81 milhões de toneladas de CO2eq no nível de emissões permitido em 2030 em relação à meta indicativa apresentada em 2016.


“O governo do Brasil deve resolver em absoluto e definitivo o problema de atualizar sua NDC sem o devido aumento da ambição climática. As sucessivas demonstrações de retrocesso afetam diretamente a credibilidade do País na esfera internacional”, afirmam, em análise sobre o assunto. “Além da correção de rumos, a implementação – ou “entrega” – de resultados de redução de emissões com foco em 2025 deve ser uma prioridade para este e próximos anos.”


Conforme previsto no Acordo de Paris, os governos nacionais concordaram em manter o aquecimento médio global bem abaixo de 2°C e buscar esforços para limitá-lo a 1,5°C até o fim do século. Individualmente, as partes contribuem por meio de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) que podem ser revisadas a qualquer tempo, desde que para “aumentar o seu nível de ambição”.


A submissão realizada pelo Brasil em 2022 contém metas vinculantes de redução de emissões para os anos de 2025 e 2030 em relação a estimativas feitas em 2005. Foram fixados percentuais de redução de 37% (em 2025) e de 50% (em 2030) em relação àquele ano. A ambição seria chegar ao desmatamento ilegal zero em 2028.


Desde 2019, o governo Jair Bolsonaro tem sido alvo de pressão no Brasil e no exterior diante do aumento dos níveis de devastação florestal, sobretudo na Amazônia.


Fonte: Osul

Foto: Reprodução

leandro.neutzlingbarbosa@gmail

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