Hora de pensar fora da caixa
- Leandro Barbosa
- 9 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Momento de crise requer criatividade, boa vontade e protagonismo

Os impactos da pandemia do coronavírus (covid-19) serão enormes: tanto na saúde pública quanto na economia. O momento pede que priorizemos o bem mais precioso: A vida. No entanto, precisamos lidar com os outros setores, como a economia.
É comum relatos de empresários e trabalhadores preocupados com as contas e com isso, assistimos entidades de classe pedirem a abertura do comércio, como Acic e Sindilojas.
De fato existe um consenso entre nós, desejamos a volta da normalidade.
Sempre a mesma fórmula, já esgotada
Mas o que vemos é sempre a mesma fórmula, já esgotada, na busca para melhorar o lucro e garantir a sobrevivência das empresas: estimular a compra e abrir o comércio por mais tempo.
Essa “receita de bolo”, ainda que discutível sob a ótica econômica, serve em outros momentos. Mas agora, diante de uma pandemia é necessário ousadia e protagonismo das entidades que tem a legitimidade de representar a classe dos comerciantes, principalmente dos pequenos comércios.
É preciso reinventar estratégias visando resguardar o bem mais precioso, a vida das pessoas, e minimizar os impactos negativos desta crise na economia. Ações devem ser realizadas no sentido de manter a sobrevivência das empresas, principalmente dos mais prejudicados, os pequenos empreendimentos.
As entidades patronais, devem assumir a responsabilidade
As entidades patronais, devem assumir a responsabilidade e conduzir o processo de negociação, tanto com governos, municipal, estadual e federal. Assim, como ações que envolvem diretamente as empresas, como o caso dos aluguéis.
Segundo uma nota que recebi do Sindicato do Comercio Varejista de Camaquã – Sindlojas Costa Doce menciona que a entidade aconselha que os contratos entre Locadores (donos das salas comerciais) e Locatários (comerciantes) firmem um acordo para que atenda os anseios das duas partes envolvidas.
Ao reconhecer a boa vontade da entidade patronal, é preciso dizer que isso não basta. Não se pode colocar sobre os ombros dos pequenos comerciantes, que em sua grande maioria não dispõe de um departamento jurídico, mais essa responsabilidade. É injusto!
Assim, de maneira similar, é injusto propor que os empregados façam acordos sobre salários e outros direitos trabalhistas diretamente com os patrões. Precisa-se de uma intermediação.
No caso específico dos aluguéis é imprescindível que as entidades chamem a si essa responsabilidade. Coloquem uma assessoria jurídica a disposição dos comerciantes, façam a negociação envolvendo as partes. Chamem as imobiliárias para participar deste processo.
E que fique claro que não se trata de propor aos comerciantes inadimplir com os contratos firmados, mas exatamente o contrário. Conseguir condições para que principalmente o pequenos comerciantes consigam honrar os seus compromissos e manter as empresas e e os empregos. Por isso encontrar uma solução razoável e possível neste momento passa por um acordo coletivo, respeitando a singularidade de cada caso.
Acredito que os representantes de empresários, tem o dever de nesse o momento pensar fora da caixa e buscar novas fórmulas de garantir a sobrevivência das empresas, garantir os empregos, sem colocar em risco a vida dos trabalhadores.
Foto: Ilustração
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