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Segundo a prefeitura de Camaquã, mais de 150 mil m² foram asfaltados, sendo a maior parte na área central da cidade

Segundo a prefeitura de Camaquã, mais de 150 mil m² foram asfaltados, sendo a maior parte na área central da cidade. Ao todo, são mais de 15 hectares de terras que receberam uma camada asfáltica sobre o paralelepípedo.


A administração municipal tem se empenhado em divulgar exaustivamente a sua principal realização nesses cinco anos de governo, recapar com asfalto as ruas já pavimentadas com paralelepípedo. Há um senso comum dos camaquenses e de integrantes do governo municipal, que o asfalto por si só é sinônimo de desenvolvimento do município e que irá refletir na economia e na qualidade de vida das pessoas. O que não é verdade.

Qual a contribuição do asfalto aplicado nas ruas centrais da cidade para o desenvolvimento do município?

A pavimentação asfáltica pode sim contribuir para que um município se desenvolva, se for planejado visando melhoramento dos acessos principais a cidade, ligações entre bairros distantes e povoados rurais, facilitando o escoamento da produção e fomentando novos empreendimentos por exemplo. Por outro lado, qual a contribuição do asfalto aplicado nas ruas centrais da cidade para o desenvolvimento do município?


O desenvolvimento das cidades é medido por vários índices e nós buscamos entender onde o asfaltamento das ruas se encaixa e se essa história de trazer o desenvolvimento é verdade.

Conforme a Universidade Federal do Rio Grande do Norte:

“O desenvolvimento é considerado como um resultado do crescimento econômico seguido de melhoria na qualidade de vida de uma sociedade, ou seja, aumento do Produto Interno Bruto e a eficiência na alocação de recursos pelos diversos setores da economia, melhorando o bem-estar econômico e social da população.”

Conferimos os principais indicadores de desenvolvimento de cidades, entre eles, o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O IDH possui três pilares:

O indicador educação refere-se à quantidade média de anos de estudo de uma população. Entende-se que, quanto maior for o tempo de permanência de uma população na escola, melhores serão as chances de desenvolvimento para esse país. Evidencia também o comprometimento dos gestores públicos com o futuro do seu país, estados e municípios.


No indicador saúde avalia-se a taxa de expectativa de vida dos cidadãos. É possível perceber que quanto maior for a taxa, melhores são a qualidade de vida dos habitantes. Isso envolve campanhas de vacinação e saúde, pré-natal, sistema público de saúde, fornecimento de medicamentos, entre outros.

O marcador renda confere o valor médio do rendimento dos cidadãos com base na média do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a riqueza produzida em um país anualmente, dividida pelo número de habitantes.


Já o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades - IDSC-BR possui 17 objetivos e 169 metas baseados em ações para o desenvolvimento, entre elas: erradicar a pobreza; educação de qualidade; saúde de qualidade; erradicar a fome; água potável e saneamento; trabalho digno e desenvolvimento econômico; paz, justiça e instituições eficazes e reduzir as desigualdades.



Nenhum dos índices menciona asfalto como indicador de desenvolvimento. Dessa forma, podemos afirmar que o desenvolvimento tem muito mais relação com saúde, educação e renda, do que com ruas asfaltadas. Nesse ponto, o governo precisa investir mais em saúde, educação, atração de investimentos, saneamento básico, cuidados com as pessoas e com o meio ambiente. Priorizar os bairros onde a população convive em meio ao pó e ao barro, destinar recursos para pavimentação com bloquetos que é mais barato e mantem a permeabilidade do solo e melhorar as estradas rurais que estão em péssimas condições de trafegabilidade.


Em tempos de escassez de recursos, diminuição do poder de compra das famílias, desemprego, crise na economia, crise na saúde, alta nos preços dos alimentos, salários defasados a administração optou por fazer empréstimo milionário, endividando o município para embelezar o centro da cidade. Penso que seria sensato neste momento canalizar recursos para investir em saúde, geração de renda, saneamento básico e educação.


Asfalto reflete na beleza do centro da nossa cidade, no conforto para dirigir, na conservação dos nossos veículos. No entanto, não é esse o fator avaliado por um empresário que deseja investir no município. Para investimento, é avaliada a renda da população (quem mora aqui poderá consumir/comprar o que será produzido?), a escolaridade (o município oferece mão de obra qualificada ou é preciso buscar pessoas de fora?), políticas públicas para crescimento das empresas que são daqui e para a instalação de novas.


Camaquã é privilegiada por sua localização geográfica: próxima de Porto Alegre, a capital do Estado, e o porto de Rio Grande. Precisamos olhar para o futuro com respeito pelas pessoas e compromisso com o verdadeiro desenvolvimento.


Foto: Ascom Prefeitura de Camaquã

Atualizado: 11 de jan. de 2022

Asfalto impermeabiliza o solo e deixa todo o escoamento da água a cargo de um encanamento antigo e inadequado

A primeira chuva do ano deixou o centro da cidade de Camaquã e diversos bairros com pontos de alagamento. O asfalto colocado em diversas ruas do centro dificulta a absorção da água pelo solo, consequentemente, as ruas ficaram alagadas.


Ninguém é contra o asfalto, mas é preciso planejamento e atenção para não gerar mais problemas para a população. Essa camada asfáltica que está sendo aplicada sobre o paralelepípedo acaba impermeabilizando ainda mais as ruas. Não podemos esquecer que a tubulação é antiga e que talvez seja necessário substituir por novos de diâmetro maior para melhorar o escoamento das águas pluviais.


Vale lembrar que os canos que recolhem os esgotos produzidos pelas residências e comércios são os mesmos que escoam as águas das chuvas. Logo, quando esses encanamentos não suportam a quantidade de água, transbordam água da chuva junto com esgoto doméstico.


Diante desses dois fatores - a impermeabilização cada vez maior do solo e a tubulação inadequada, os alagamentos serão cada vez frequentes, principalmente no centro da cidade, trazendo muitos transtornos para lojistas, moradores e pedestres. A comunidade camaquense precisa dar mais atenção para este assunto, que a principio parece ser maravilhoso, mas agravará os problemas.


O editor deste blog já vem alertando para os problemas causados por essa impermeabilização asfáltica que está sendo feita de forma equivocada na cidade. Ruas centrais que já tem um bom calçamento com paralelepípedo estão recebendo camada de asfalto, enquanto moradores dos bairros convivem com pó e barro. Sem falar na péssima conservação das estradas da zona rural do município.


Outro aspecto que é importante destacar, para além dos alagamentos, é que a área central da cidade deve aquecer ainda mais. Aliado com os prédios cada vez mais altos, bolsões de calor irão se formar. Ninguém é contra o asfalto e melhorias, mas planejamento e estudo são necessários. Dinheiro público deve ser investido com inteligência.


Foto: Reprodução/Rádio Acústica FM


Mangueiras luminosas de LED custaram R$20.045,00 aos cofres públicos

“De grão em grão, a galinha enche o papo”, diz o ditado popular que poderia ser reescrito da seguinte forma: “de gasto em gasto, o dinheiro público vai pelo ralo”. Dando uma breve conferida nos Portais da Transparência da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Camaquã, encontramos diversos gastos desnecessários, entre eles, a aquisição de mangueiras luminosas de LED para decoração de Natal.

Portal da Transparência / Prefeitura de Camaquã

Portal da Transparência / Câmara municipal de vereadores

Ora, todos nós achamos bonita a decoração de Natal, com a cidade iluminada. No entanto, gostamos mais de poder ir ao posto de saúde do bairro e poder consultar com médico, conseguir agendamento para um especialista sem esperar meses, ter a lâmpada queimada do poste substituída sem que seja necessário pedir favor a nenhum vereador da base do governo, que haja patrolamento regular nas ruas, entre outras demandas necessárias e urgentes que clama a comunidade.


Nada contra a decoração de Natal, mas gastar dinheiro público, principalmente em época de grande escassez como agora, para enfeitar fachadas de prédios públicos com luzinhas é uma péssima opção. Precisamos melhorar é a infraestrutura dos prédios dos postos de saúde, das escolas, das creches por exemplo, visando oferecer um serviço de melhor qualidade a população.



Foto: Ascom Câmara de Vereadores de Camaquã


leandro.neutzlingbarbosa@gmail

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